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III Seminário Internacional INTERLINHAS 2021
PPGCOM - UERJ

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III
Seminário Internacional
INTERLINHAS
22 e 23 de Julho

III Interlinhas - 2021

O Seminário Internacional INTERLINHAS é realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em sua terceira edição, o evento visa propiciar um espaço para o debate e a reflexão sobre o fenômeno comunicacional, no entrecruzamento das dimensões norteadoras de nossas Linhas de Pesquisa: Tecnologias de Comunicação e Cultura e Cultura das Mídias, Imaginário e Cidade.

O propósito do PPGCom é investigar a construção e difusão das mensagens midiáticas, as repercussões culturais e materiais das tecnologias de comunicação e informação, e o espaço urbano como locus fundamental da comunicação (comum) e dos imaginários para a sedimentação das culturas contemporâneas.


Ao longo de dois dias de encontros e intercâmbios, docentes e discentes do Programa e pesquisadores convidados debaterão temas referentes às suas investigações atuais. Entre as temáticas que serão apresentadas estão estudos sobre os corpos, performances, cidades, fotografia, música, cinema, games, indústrias criativas, cartografias sensíveis, materialidades tecnológicas, usos das tecnologias, práticas dissensuais na cidade, culturas alimentares, ativismos políticos, territorialidades efêmeras e imaginários contemporâneos.

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Conferencistas

Programação

Programação

22 e 23 de julho de 2021

DIA 22 de Julho – QUINTA-FEIRA

 

MANHÃ

9h – Abertura

Éric Felinto

Professor da FCS-UERJ e Coordenador do PPGCOM-UERJ

 

MESA 1

 

9h15

1) Infraestrutura, estratégias e fluxos do audiovisual no interior do Brasil

 

Sonia Virgínia Moreira (professora PPGCOM)

 

Há cerca de duas décadas autores europeus concluíram que a difusão da telefonia móvel poderia explicar as diferentes taxas de crescimento entre os países em desenvolvimento. A rede em que operam os sistemas de telecomunicações é crítica para as conexões entre pessoas, instituições e governos e, nesse contexto, a ausência de infraestrutura para as comunicações cria o que podemos chamar de regiões de sombra e de silêncio, sem acesso a recursos digitais e audiovisuais. Esta análise considera os pequenos provedores de internet e as retransmissoras de TV como parte da estratégia para superar essa situação adversa no território brasileiro. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM (PNUD/IPEA/FJP, 2018) está na base metodológica da pesquisa e referencia as condições de desenvolvimento socioeconômico de cidades e regiões.

 

9h30

2) Democracia e Acesso à Informação na Construção da Cidadania Comunicativa em Moçambique

 

Arcénio Luabo (doutorando PPGCOM)

 

Trata-se aqui de um estudo sobre a relação entre o cidadão e as instituições púbicas e privadas com financiamento de governo no processo de implementação da Lei de Direito à Informação em Moçambique. Integram recursos Metodológicos a análises de documentos como a Constituição da República de Moçambique, a Declaração Africana de Princípios Sobre Liberdade de Expressão e Acesso à Informação em África. No estudo, partimos dos pressupostos de que há abordagem divergente entre as vozes oficiais moçambicanas e os relatórios de organizações não governamentais nacionais e internacionais sobre a democracia no país referendados por informações coletadas em entrevistas e questionários com jornalistas, pesquisadores e acadêmicos que evidenciam que a ausência de informação pública enfraquece a participação democrática dos cidadãos em Moçambique.

 

9h45

3) Fluxos comunicacionais e a configuração do mercado televisivo brasileiro na era pós-rede

 

Ana Paula Silva Ladeira Costa (pós-doutoranda PPGCOM)

 

A pesquisa pretende atualizar o conhecimento acerca da participação do Brasil no fluxos internacionais de programas televisivos, especialmente a partir dos anos 2000, quando ocorre o início da expansão da produção independente para o mercado internacional e a chegada das plataformas de streaming. Através do estudo das políticas públicas e regulação do mercado interno, capazes de alterar a lógica de circulação de produtos audiovisuais, pretende-se compreender as especificidades do mercado interno na fase pós-rede. Para tanto, está sendo realizada pesquisa qualitativa composta de entrevistas em profundidade, revisão bibliográfica e levantamento de produções nacionais exportadas.

 

10h

4) Jornalismo de influência regional no interior do Maranhão: um estudo da cidade de Imperatriz

 

Thays Assunção Reis (doutoranda PPGCOM)

 

A pesquisa estuda a configuração do jornalismo nas cidades médias e o seu papel em contextos local e regional. Partimos do pressuposto de que o jornalismo nas cidades médias (100 a 500 mil habitantes, IBGE) é referência para a sua população e para os pequenos centros na sua região de influência. Para verificar essa hipótese realizamos um estudo em Imperatriz, cidade da Amazônia Oriental localizada no sudoeste do Maranhão, e em 18 cidades pequenas na sua região de influência (REGIC, 2007). Usamos abordagem multimetodológica combinando os seguintes procedimentos: a) mapeamento dos meios de comunicação nas cidades investigadas; b) survey sobre o consumo de notícia com moradores de duas cidades pequenas e de Imperatriz; c) entrevistas com jornalistas de Imperatriz; d) análise do conteúdo jornalístico produzido pelos veículos imperatrizenses. Dentre os resultados destacamos a expressiva concentração de produção jornalística em Imperatriz, que busca suprir via produção e distribuição de informação de proximidade as demandas dos cidadãos do seu entorno, que vivem uma realidade de escassez ou de inexistência de notícias locais.

 

10h15 às 10h45 – Debate

 

10h45 às 11h – Intervalo

 

MESA 2

 

11h

5) Discursos sobre ‘violência’ e ‘paz’ no réveillon do Rio global

 

Roberto Vilela Elias (doutor pelo PPGCOM)

 

O presente trabalho visa debater os sentidos que o jornal O Globo dá aos termos ‘violência’ e ‘paz’ durante a cobertura do réveillon carioca. A partir da década de 1990, quando o Rio passa a ser gerido sob a lógica do ‘planejamento estratégico’, os sentidos de tais palavras no panorama jornalístico variam propositalmente de acordo com a conjuntura política e econômica. Utilizamos como metodologia a pesquisa documental, realizada no acervo do periódico supracitado, onde analisamos a cobertura de alguns réveillons pós-1993. Assim, buscamos enxergar como a cobertura jornalística desta festa é utilizada discursivamente para salientar ou silenciar notícias que corroborem com um projeto neoliberal de cidade. Nesse contexto, o manejo dos termos ‘violência’ e ‘paz’ torna-se fundamental à construção de consensos discursivos legitimadores deste processo.

 

11h15

6) Do retranqueiro ao gestor: as narrativas dos jornais brasileiros sobre os treinadores da seleção durante as Copas do Mundo

 

Filipe Mostaro (pós-doutorando PPGCOM)

 

No projeto atual, continuo a pesquisa desenvolvida no Doutorado, orientado pelo professor Ronaldo Helal. Através da análise de narrativas observo como a figura do treinador foi construída por três jornais brasileiros durante as Copas de 1974 a 2018. Este período representa uma transformação importante nos esportes por conta da acelerada entrada de capital. O s resultados encontrados indicam que, com a intensificação da financeirização do esporte, o técnico precisaria dialogar com uma gestão de resultados que passa a agir sobre o corpo e psicológico do jogador visando à eficiência. Essa eficiência do treinador de futebol, no contexto capitalista atual, tem como objetivo a apropriação das dinâmicas criativas e do próprio caráter lúdico do jogo (HUINZINGA, 1971) em prol da produção acelerada de vitórias e a consequentemente acumulação de capital. Desempenhar essa função passaria por ajustar e compreender as ferramentas tecnológicas disponíveis em cada contexto para tentar controlar a imprevisibilidade do jogo, dominando a sua natureza, racionalizando-o, direcionando o lúdico e suas dimensões a favor de determinadas imaginários, materialidades, sociabilidades e subjetividades, umbilicalmente ligadas ao modelo capitalista neoliberal.

 

11h30

7) A paisagem da cidade do Rio de Janeiro no discurso institucional da Maratona do Rio

 

Tatiana Cioni Couto (doutoranda PPGCOM)

 

A história da Maratona do Rio de Janeiro começa em 1979, em plena Ditadura, quando uma mulher, Eleonora Mendonça, criou a competição, colocando a cidade na rota das competições esportivas. O primeiro percurso ocorria na Zona Sul carioca, nas praias do Leme, Ipanema, Copacabana e Leblon, tornando-se a primeira Maratona realizada no Brasil. O percurso que mais durou de 2003 até 2018, adotava cartões postais do Rio, adotando estratégias de branding urbano para vincular o evento ao imaginário da Cidade Maravilhosa. Copacabana, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor fazem parte do percurso da Maratona do Rio de Janeiro por serem marcos da cidade. Nesse estudo, abordo como são explorados os pontos do trajeto no discurso institucional da Maratona do Rio de Janeiro, selecionando as medalhas e camisas oficiais do evento.

 

11h45

8) Corpos, Mídia e Fascismo: Jornalistas Cariocas sob Ameaça

 

Silvana Lemos de Almeida (doutoranda PPGCOM)

 

O aumento da violência contra jornalistas cariocas diante da escalada autoritária de ameaça à democracia brasileira apresenta grave exposição de misoginia e demérito. A finalidade é entender de que modo o corpo dessas mulheres é afetado por tantos ataques violentos e pensá-lo como território de jurisdição no público e no privado (Nathanson: 2020). Além de também considerar que esta materialidade do ser, quando violentado, se transforma numa vitrine que expõe a capacidade viripotente de fazer sofrer e controlar. As investidas contra essas profissionais parecem acontecer majoritariamente online, atingem seus corpos e sua moral, carregam a marca do patriarcado e evidenciam uma relação desproporcional de poder. Se por um lado imaginamos o assédio como algo crescente no espaço público e institucional, havemos de pensar de que modo isso também reproduz violentamente na vida off-line.

 

12h

9) Rádio endereçado a jovens: Reestruturação do mercado carioca e contradições na disputa pela audiência do futuro

 

Helen Pinto de Britto Fontes (doutoranda PPGCOM)

 

Apesar do avanço de novas mídias, da expansão do acesso à Internet e de suas próprias reconfigurações, o rádio continua sendo um dos principais veículos de informação e de entretenimento dos brasileiros. Este trabalho investiga os caminhos para o vínculo entre os jovens e o rádio num cenário de múltiplas ofertas de conteúdo e convergência tecnológica. Pretende-se identificar as estratégias das emissoras endereçadas ao público juvenil, considerando suas múltiplas subjetividades numa perspectiva de existência de juventudes distintas. O ouvinte jovem surge como sujeito desafiador por representar a formação de novas gerações e o futuro do rádio, este entendido não mais somente como dispositivo, como aparelho, mas como linguagem, como meio agregador de outras possibilidades comunicacionais, sem prescindir do sonoro nem do tradicional. Em evidência neste estudo está o desempenho das emissoras do Rio de Janeiro e a verificação de seu “envelhecimento”.

 

12h15 às 12h45 – Debate

 

TARDE

 

14h às 15h

Performance “Medea Remota”

 

Luciana Lyra (PPGArtes/UERJ)

Texto: Newton Moreno (versão on line)

Direção e edição: Ana Cecília Costa

Trilha sonora: Erika Nande

 

MESA 3

 

15h

10) Fosfobox: sons e nomadismos da Princesinha do Mar

 

Alessandra de Figueredo Porto (doutoranda PPGCOM)

 

Inaugurada em 2004 e apelidada de “Fosfo” para os íntimos, a boate Fosfobox funcionava na rua Siqueira Campos, em Copacabana. Trap, funk, hip hop eram apenas alguns dos inúmeros sons e ritmos que embalavam a casa noturna. Nesse contexto, a Fosfobox é  um club que, além de música eletrônica, oferece uma programação variada de performances, teatro, cinema, poesia e outras manifestações culturais e artísticas. E até março de 2020, a “caixa de fósforos” que sacodia a “princesa” durante a noite copacabanense funcionou por dezesseis anos a todo vapor. Ou seja, com a chegada do coronavírus, a Fosfobox fechou as portas do seu endereço em Copacabana, e migrou levando os sons e as ambiências para a zona portuária da cidade. Afinal, a vida e as experiências que emanavam do subsolo da Siqueira Campos não se limitam às paredes de uma construção. O trabalho é parte integrante da minha pesquisa doutoral.

 

15h15

11) Comunicação e culturas urbanas - músicas, sons e imagens contribuindo para a construção de múltiplas territorialidades na cidade do Rio de Janeiro

 

Cíntia Sanmartin Fernandes (professora PPGCOM)

 

Nesta investigação busca-se compreender como e em que condições, distintos grupos sociais reinventam - a partir de práticas artístico-culturais e interculturais - os espaços públicos da cidade do Rio de Janeiro. O corpus empírico pesquisado reúne diversas e distintas práticas de grupos, “neotribos”, que utilizam a música e o som, associados às artes visuais, à moda e outras artes corporais nos espaços da cidade potencializando processos de ressignificação desses lugares por meio de dinâmicas comunicacionais fundadoras de “múltiplas territorialidades” (HAESBAERT). Contextualizando o objeto na sociedade contemporânea, ancora-se a compreensão no entrelaçamento de uma perspectiva teórica fundada na teoria sociológica dos sentidos, fenomenológica e “ecosófica” (MAFFESOLI; MERLEAU-PONTY; SANSOT e SIMMEL) - a qual sustenta-se na sabedoria sensível e no imaginário cotidiano - somada à uma episteme “corpográfica” provinda dos estudos urbanos contemporâneos - a qual considera que não apenas as espacialidades, mas, do mesmo modo, os movimentos e gestos do corpo indicam marcas e vestígios das experiências urbanas (JACQUES; CARERI; LA ROCCA). Enquanto estratégia metodológica adota-se a deriva como um caminhar sensível a fim de compreender as dinâmicas culturais no cotidiano da cidade (JACQUES; LE BRETON) com a finalidade de elaborar uma plataforma digital/cartografia a qual apresente essas experiências.

 

15h30

12) Inter-relações entre comunicação, consumo e sociabilidade numa feira de brechós no coração do subúrbio carioca

 

Jorgiana Melo de Aguiar Brennand (doutoranda PPGCOM)

 

A pesquisa é focada principalmente no consumo e na sociabilidade, presentes na  Feira das Brecholeiras, realizada aos sábados, embaixo do viaduto Negrão de Lima, em Madureira, considerada o coração simbólico do subúrbio carioca. Trata-se de um evento de brechós que comercializa todo tipo de mercadoria. De bijuterias a roupas de grife. Quase tudo é artigo de segunda mão. As metodologias empregadas na pesquisa aliam: etnografia, por meio da observação participante; etnografia virtual; pesquisa bibliográfica; entrevistas em profundidade eentrevistas informais. O uso de tais metodologias evidencia que sociabilidade, trocas comerciais e simbólicas são elementos interligados pela comunicação, reforçando a percepção de que a feira é um espaço onde as pessoas buscam estar juntas pelo prazer do encontro, revelando-se como um lugar dotado de sociabilidade.

 

15h45

13) Por detrás das ruas festivas: táticas, ativismos e controvérsias das redes de produção de festas no Centro do Rio de Janeiro

 

Flávia Magalhães Barroso (doutoranda PPGCOM)

 

Frente a um contexto de intensa produção de discursos de ódio e violência que preconizam o esvaziamento dos espaços gregários e públicos, buscamos investigar as ocupações festivas que exaltam o direito à cidade e enaltecem o poder do encontro e das socialidades diversas. Por meio da cartografia das controvérsias (LATOUR, 2012), mapeamos práticas festivas que articulam momentos de expressão de modos dissensuais de experimentar a cidade. Buscamos refletir sobre a capacidade desses momentos de “brecha” em desenvolver fruições diversificadas e plurais sobre o urbano e, consequentemente, identificar quais são as sobrevivências dessas ações no cotidiano da cidade. Ou seja, buscamos entender de que forma a festa alicerça posicionamentos críticos em relação a cidade e quais são as possíveis marcas deixadas por essa experiência festiva tanto no corpo do ator urbano quanto no corpo da cidade. 

 

16h

14) A cultura da avaliação na experiência gastronômica: a importância do crítico amador para restaurantes no contexto das mídias digitais

 

Renata Cristina da Silva Monty Barreto (doutoranda PPGCOM)

 

A história nos mostra que gourmands ou fãs de tendências gastronômicas buscam recomendações de locais para comer desde o início do século XX. Um dos mais antigos e populares guias gastronômicos é o Michelin, criado ainda em 1900, pelo proprietário da marca de pneus André Michelin, com a intenção de ajudar os viajantes pelas estradas. O hábito de avaliar o que se come é antigo, no entanto, as mídias digitais e as inúmeras comunidades colaborativas potencializam as formas de tornar essa opinião pública, com a produção de avaliações amadoras. O objetivo geral desta pesquisa é verificar como o crítico amador ganha relevância para restaurantes e clientes, através da análise qualitativa e quantitativa das avaliações no TripAdvisor.

 

16h15

15) Comensalidades em trânsito: os sentidos atribuídos à comida de (na) rua em tempos de pandemia a partir dos entregadores de aplicativo

 

Mônica Nunes Neustadt (doutoranda PPGCOM)

 

Com a pandemia da Covid-19, a relação com a comida se modificou. Se não é possível sair de casa para comer, a comida vai até você por meio do delivery. Ela chega pelos entregadores de aplicativos como IFood, Uber Eats e Rappi que circulam pelas ruas da cidade em bicicletas e motos com suas mochilas coloridas nas costas. Percebemos o crescimento expressivo no número desses profissionais neste período que acendeu o alerta quanto à uberização do trabalho, trabalhadores das plataformas, que sem oportunidades formais de emprego (carteira assinada, FGTS, INSS) tiveram que optar por essa fonte de renda. A hipótese central do trabalho é que a comensalidade e a sociabilidade assumiram outras características (e produziram novos sentidos) com o distanciamento social imposto pela pandemia visto que a tecnologia e os entregadores de aplicativos são mediadores e facilitadores dessas relações sociais que envolvem o preparo, a distribuição e a venda desses alimentos. No cenário da quarentena, novas relações sociais entraram em cena.

 

16h30h às 17h15 – Debate

 

17h15 às 17h30 – Intervalo

 

17h30 

Conferência: Prácticas mediales latinoamericanas: el caso Marañas

 

Roberto Rubio

Professor Associado na Universidad Alberto Hurtado (Chile)

 

DIA 23 de Julho – SEXTA-FEIRA

 

MANHÃ

MESA 4

 

10h

16) Percepção de marca sonora e musical: da concepção neurológica do gosto às experiências de sound branding, music branding e artistic branding

 

Cristiana Martins de Matos (doutoranda PPGCOM)

 

A presente pesquisa busca explorar a percepção de experiências (vivências) sensoriais auditivas de marcas, dando importância a ideia de concepção neurológica do gosto. A princípio, pressupõe-se que a produção de experiências de branding sonoro, musical e artístico, que constituem as marcas sonoras e musicais, articula-se através do gosto neurológico, uma nova forma de pensar o gosto, por meio da afetação do corpo. São levados em consideração, fundamentalmente, quatro marcos teóricos: economia da experiência, por Pine e Gilmore (1999); sensorial branding, por Lindstrom (2005); sound branding e suas segmentações music branding e artistic branding, por Zanna (2015) e Guerra (2013); e gosto neurológico, a partir de Doidge (2019), Levitin (2015) e Sacks (2007). Como metodologia principal destacam-se pesquisa bibliográfica e online.

 

10h15

17) Multissensorialidade e experiência: os usos da realidade virtual e aumentada na comunicação mercadológica

 

Daniele de Castro Alves (doutoranda PPGCOM)

 

A pesquisa realiza um levantamento das práticas publicitárias que usam realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA), com análise e uma proposta de classificação das experiências oferecidas. O estudo discute fatores que contribuem para a emergência da RV e RA, como a materialidade da comunicação (GUMBRECHT, 2010), transformações midiáticas, reconfigurações da publicidade (PEREZ, 2016) e sua hibridização com o entretenimento: o branded content (COVALESKI, 2013). A tese investiga também a RV e a RA (KIRNER; TORI, 2006): características gerais, conceituações e o estado da arte. A pesquisa contempla reflexões sobre imersão (RYAN, 2001) e tecnologia, experiência e corporalidade (SHUSTERMAN, 2008), além de mudanças nos regimes de atenção (CRARY, 1999). São debatidos também possíveis efeitos da RV e da RA na comunicação.

 

10h30

18) A experiência negra de ranqueamento social na Uber:: racializando a caixa preta da vigilância contemporânea

 

Naiara Silva Evangelo (doutoranda PPGCOM)

 

A pesquisa investiga a experiência de ranqueamento social de usuários e motoristas negros da empresa de transporte privado Uber, na cidade do Rio de janeiro. Com os olhares voltados para a vivência e para o sistema de avaliação da empresa, observa-se como a experiência aparece na lógica contemporânea da vigilância. A partir de discussões e observações realizadas em pesquisa exploratória, o estudo questiona: na ambiência da Uber, com mecanismos de vigilância de dados em operação, de que modo os negros estão vivenciando a lógica social de ranqueamento? A cartografia foi a metodologia escolhida para o estudo, considerando a possibilidade de acompanhar processos e sua aposta na experimentação, com procedimentos flexíveis de produção de dados, bem como o seu caráter pesquisa-intervenção (Escóssia et al., 2009). Assim, o objetivo principal da pesquisa é investigar essa vivência com o intuito de ampliar a análise da vigilância contemporânea com um recorte racializado.

 

11h

19) Infraestruturas de cabos submarinos situadas a partir da Praia do Futuro: uma pesquisa baseada em arte

 

Ruy C. Campos (doutorando PPGCOM)

 

O tráfego de sinais através da rede submarina de fibra óptica do Atlântico Sul encontra na cidade de Fortaleza (Ceará, nordeste brasileiro) um lugar atraente para tocar a costa terrestre. Mais especificamente, a Praia do Futuro (localizada no litoral leste da cidade) é o território/lugar a partir do qual a comunicação digital intercontinental se distribui da América Latina para a África, América do Norte e Europa. Desde já, destaca-se que 99% da comunicação intercontinental ainda se deu, na década de 2010, não através de satélites, mas de cabos submarinos, uma tecnologia ainda carente de estudos na área de Comunicação no Brasil e que remonta ao século XIX e à era do telégrafo. A pesquisa, sendo assim, dedica atenção ao tema tomando como base para o seu desenvolvimento uma série de obras de arte desenvolvidas entre Fortaleza, Sangano (Angola) e Salgar (Colômbia), colocando-as em interlocução com os estudos sobre infraestruturas das mídias, a arqueologia das mídias e seus apontamentos concernentes à temas como o colonialismo de dados e a atual era geológica, marcada por crise climática e acelerada conectividade tecnológica.

 

11h15

20) Mídias digitais e metodologia de exploração multimodal, lúdica, afetiva e inventiva

Fátima Regis (professora PPGCOM)

 

O texto apresenta a proposta da metodologia de ensino-aprendizagem em desenvolvimento pelo grupo de pesquisa CiberCog (Comunicação, Lúdico e Cognição) e Laboratório de Mídias Digitais (UDT-LMD), do PPGCOM da FCS/UERJ. A partir dos achados de investigações anteriores em que se concluiu que as práticas de comunicação digitais favorecem o desenvolvimento de competências cognitivas em cinco categorias (linguísticas, lógicas, sensoriais, sociais e criativas), a pesquisa atual opera na interface Comunicação, Cognicão e Educação com o objetivo de desenvolver uma metodologia de ensino-aprendizagem, tendo como lócus escolas da rede de ensino fundamental do Rio de Janeiro. A metodologia, baseada nos fundamentos da pesquisa-intervenção, consiste em realizar oficinas para introduzir técnicas de comunicação com mídias digitais para a abordagem dos conteúdos formais das disciplinas do ensino fundamental I e II. O quadro teórico fundamenta-se na cognição atuada (VARELA, 1990; KASTRUP, 2007) que propõe que o processo cognitivo não se limita às habilidades racionais, analíticas, lógicas e representacionais da mente. O processo cognitivo é atuado (corporificado e contextualizado), incluindo o corpo, os afetos, as interações sociais e os objetos técnicos.

 

11h30

21) Comunicação, Cultura Aural e Tecnologias do Self

 

Vinícius Andrade Pereira Pesquisa (docente do PPGCOM)

 

A proposta da comunicação é apresentar a agenda temática da pesquisa Comunicação, Cultura Aural e Tecnologias do Self. Tal proposta se origina inspirada pelas pesquisas neuromidiáticas (Pereira, 2015) e pelos estudos da pesquisadora inglesa Tia DeNora, particularmente a partir do seu livro “Music in Everyday Life”(DeNora, 2004). Nesta obra a autora explora possíveis relações entre modulações do self e a experiência de escuta de música. Nossa pesquisa abraça a ideia proposta por DeNora, mas avança para regiões sônicas outras, como sons não estruturados intencionalmente como música ou mesmo para os ruídos. Assim, basicamente, a ideia é investigar as relações entre o que entendemos que nos caracteriza como pessoas singulares, em desenhos subjetivos singulares (self), e experiências de escutas diversas como a música, sons urbanos, tecnológicos, da natureza etc.

 

11h45  às 12h30 – Debate

 

TARDE
 

14h – Fotografias do povo Xakriabá, MG.

 

Conversa com Edgar Kanayko Xakriabá

 

MESA 5

 

15h

22) A representação das instituições psiquiátricas na telenovela brasileira

 

Elaine Christovam de Azevedo (doutoranda PPGCOM)

 

No Brasil, as telenovelas são um importante produto cultural, alcançando um grande número de pessoas nos mais diversos cantos do país. Sua força é tamanha que, muitas vezes, campanhas sociais propostas por elas no âmbito da ficção, surtem mais efeito do que campanhas oficiais do governo e de órgãos institucionais. Tal resultado acontece graças aos laços de identificação com o espectador, o que a novela faz, através de um entrecruzamento de vias: ao mesmo tempo em que retrata uma realidade também a cria. Porém, em certos casos, telenovelas, tendem a privilegiar os clichês e estereótipos em prol de uma maior dramaticidade e em detrimento da realidade. Um exemplo são personagens que, sejam ou não loucos, continuam sendo trancafiados à força em instituições psiquiátricas, mesmo que desde  2001 isso seja proibido por lei. Embora não costumem ser cenários fixos, os chamados hospícios, manicômios ou "casas de repouso" aparecem com significativa frequência, ainda que nos capítulos finais da novela, como local de punição do vilão. Nosso objetivo é analisar como esses espaços são representados e investigar quais clichês se repetem. Como recorte, selecionamos as novelas "O outro lado do paraíso" (2017), Lado a lado (2013), Caminho das Índias (2009) e Alto Astral (2014),   por se tratarem de novelas de diferentes gêneros (comédia/drama), exibidas na década de  2000 e com tramas que se passam em diferentes períodos históricos. Para nos embasar teoricamente, adotaremos o conceito de instituições totais cunhado por Goffman, o  de clichês e estereótipos empregado por Amossy e Herschberg e o de representação social segundo Moscovicci e Jodelet.

 

15h15

23) A Lei do Desejo: uma análise crítica

 

Rafael Nacif de Toledo Piza (doutor pelo PPGCOM)

 

Este artigo apresenta uma análise das representações da marginalidade na obra cinematográfica de Pedro Almodóvar, com base na Sociologia do Desvio de Goffman, Becker e Elias, atualizada pela teoria de covering de Yoshino. A intenção do trabalho é problematizar a produção audiovisual de parte da carreira do diretor manchego, de forma a comprovar que o “A lei do desejo” (1987) documenta seu engajamento na dinâmica contracultural desenvolvida na Espanha da época. Almodóvar representa a marginalidade em seus filmes do período, configurando o que alguns críticos denominam como “estética do mau gosto”, de tal forma que as obras produzidas registram a luta pela liberdade democrática após anos de regime ditatorial. Pensar na cinematografia de Almodóvar a partir do ponto de vista da sociologia do desvio é refletir sobre as políticas de visibilidade de identidades culturais minoritárias. O trabalho do diretor apresenta menos inovações formais, pois parte de estruturas narrativas clássicas, mesmo quando mistura os gêneros; mas inova quando revela a marginalidade, cotidianiza-a, potencializando o processo de sua assimilação. Queremos pensar também, em tempo, nas intertextualidades oferecidas pelo texto fílmico de “A lei do desejo”.

 

15h30

24) Corpo Político e Disputas em Redes: discursos, performatividades e dissenso nas lutas políticas contemporâneas

 

Paula Gorini Oliveira (doutora pelo PPGCOM)

 

A tese "Corpo Político e Disputas em Redes" começou a ser escrita em 2015, dentro de um contexto histórico de efervescência das lutas políticas que se dão nas ruas. Movimentos de ocupação dos espaços públicos, - ruas, praças, prédios -, começam a ressignificar o espaço público como espaço político. Junto com a ocupação do espaço vem a ocupação de corpos, que se empoderam de seus próprios territórios subjetivos e singulares, numa singularidade de multidão. E, por fim, em mais uma camada desse território múltiplo das lutas políticas contemporâneas, se apresentam as redes digitais sociais, com expressões de disputa e dissenso. Assim, o olhar em rede sobre as recentes transformações destas lutas em suas arenas contemporâneas, observa territórios físicos, subjetivos, corporais, lúdicos, simbólicos, políticos, digitais, narrativos.

 

15h45

25) "Uma questão de mérito?": o papel dos cursos preparatórios como estratégia de acesso das corporalidades negras à pós-graduação

 

Renata Nascimento da Silva (doutoranda PPGCOM)

 

A tese visa investigar o sistema meritocrático que se apoia em valores universais como igualdade, justiça social e excelência intelectual. Sua atuação na educação, e demais bases organizacionais da sociedade, remonta às origens do próprio pensamento ocidental moderno e seus ideais civilizatórios. Ciente do viés eurocêntrico e, portanto, colonial da Modernidade e seus dispositivos, esta pesquisa se debruça a compreender o papel dos cursos preparatórios para pós-graduação – CPPs, na entrada de sujeitos negros na Universidade, mais especificamente, em programas de pós-graduação em Comunicação, de duas Universidades Federais, da cidade do Rio de Janeiro. Os cursos preparatórios para pós-graduação - CPPs, conduzidos coletivamente por estudantes cotistas, questionam o modelo neoliberal individualista, em que os indivíduos são treinados para alcançar o sucesso material, como consequência de seu próprio esforço, dedicação e mérito. Sendo assim, o objetivo é mapear os vínculos produzidos dentro dos cursos preparatórios para pós-graduação – CPPs, entre alunos cotistas e os postulantes às vagas no curso de mestrado e doutorado como meio de construção de estratégias para descolonização da lógica do mérito individual moderno.

 

16h

26) Imagens pós-coloniais, decoloniais e anticoloniais: conceitos e definições

 

Michelle Sales (pós-doutoranda PPGCOM)

 

Nesta comunicação, pretendo apresentar e refletir sobre imagens fixas e em movimento, realizadas entre os finais dos anos 1950 e o século XXI, para aprofundar o espaço-tempo dos conceitos: pós-colonial, decolonial e anticolonial. Essa discussão esteve presente ao longo do projeto de pós-doutoramento As práticas artísticas contemporâneas e o pensamento pós-colonial e decolonial, desenvolvido no PPGCOM da UERJ, sob orientação e participação de Fernando Gonçalves. A intenção é discorrer livremente sobre as artes visuais e o cinema desenvolvido a partir do Pós II Guerra Mundial / Pós-Colonial e acepção do conceito e dos estudos pós-coloniais ao redor do mundo e os desdobramentos a partir da criação do grupo Modernidade/Colonialidade. Na medida do possível, irei abordar o pensamento afro-brasileiro e o uso de conceitos como anti-colonial, descolonial e contra-colonial. 

 

16h15

27) Representação e resistência na produção visual de artistas negros contemporâneos

 

Daniel Meirinho (pós-doutorando PPGCOM)

 

A pesquisa de pós-doutorado, iniciada em 2019, busca investigar as estratégias de contestação do regime de representação racializado das imagens coloniais de controle por artistas visuais negros contemporâneos no Brasil. O estudo busca identificar os modos de resistência das produções visuais negras desde a fotografia, a performance e a vídeo-arte como formas de reinscrever narrativas imagéticas dos estereótipos raciais, até hoje reiteradas nas artes visuais e na mídia. As práticas estéticas decoloniais nos ajudam a perceber a emergência deste conjunto de iniciativas artísticas de enfrentamento visual aos imaginários visuais racializados com o intuito de contribuir para um olhar epistemológico sobre estas manifestações artísticas e seus impactos comunicacionais.

 

16h30

28) A paisagem como experiência de mediação na fotografia contemporânea

 

Fernando Gonçalves (professor PPGCOM)

 

Nas histórias da arte e da fotografia, a paisagem é considerada como um gênero de representação de espaço. Longe de serem neutras, as imagens dos lugares são construídas segundo determinados parâmetros e intenções, constituindo uma experiência de mediação. Na fotografia contemporânea, que tem como uma de suas características fazer uma releitura crítica das práticas sociais e comunicativas, a paisagem deixa de ser um gênero e se torna um dispositivo capaz de dar a ver as práticas de espaço que modulam nossos modos de vida em sociedade. Com base na noção de paisagem, entendida na geografia cultural e nos estudos de cultura visual como espaço material e simbólico, a pesquisa buscou investigar de que maneira a fotografia, como tecnologia de comunicação, pode contribuir para uma melhor compreensão das formas como a imagem media nossas percepções e imaginários e produz sentidos para nossa experiência social e de subjetivação.

 

16h45 às 17h30 – Debate

 

17h30

Conferência: Roupagens Midiáticas do Real

 

Philippe Joron

Faculté des Sciences du Sujet et de la Société -UFR5

Université Paul Valéry – Montpellier 3

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